ESCALAR A SERRA DA ARRÁBIDA

Se há dias para acordar antes das galinhas são aqueles em que vamos escalar na Serra da Arrábida. Foi saltar da cama e voar para o banho, de mochila às costas, ou quase!

Na rua, confirmei que estava aquele frio bom de Janeiro, o sol ainda longe de espreitar na linha do horizonte. Destino: Serra da Arrábida, mas antes, parar a meio caminho para ir buscar a Joana, que me acompanha sempre nestas aventuras. 

Ao mesmo tempo que revejo o plano, lembro-me, a tempo, de tirar o pé do acelerador na curva do radar da A8, antes de chegar a Loures. A multa por excesso de velocidade há um ano e meio, no mesmo sítio, também em direção à Arrábida para escalar, estava ainda fresca na memória…

A Joana esperava por mim no carro. É bom saber que não sou a única entusiasmada aqui. Estávamos, assim, prontas para rumar à aventura e juntar-nos à equipa da Wind para um reforço na formação de escalada e rapel, mas ninguém vai para a Arrábida sem se preparar para um nascer do sol divinal. A Joana tinha o drone e eu tinha o pequeno-almoço. Nada podia falhar, e a foto confirma. 

Há momentos que são assim, perfeitos. Normalmente, estes momentos acontecem quando estamos em lugares incríveis e nos rodeamos de pessoas que fazem aquele match. É a Joana, é o João, é o Samuel… Nesse dia conheci o Wilkson, que veio lá do maravilhoso mundo da Amazónia, cheio de aventuras fantásticas para contar. Estávamos lá todos para um dia em grande.

O Samuel tem uma equipa apaixonada, dedicada e experiente em desportos de aventura e natureza. Mergulho, Escalada e Rapel. Canoagem e Rafting, Espeleologia, Coastering… Situada na margem Sul, entre Lisboa e Setúbal, a Wind reserva-nos os melhores paraísos e aventuras, sempre acompanhados por instrutores certificados, genuínos e com uma vontade imensa de nos transmitir a paixão que lhes brilha nos olhos. Eu fiquei rendida já faz um ano, e por isso voltei. Voltei para reciclar conhecimentos e para estar com os amigos que mantive para os anos vindouros. Porque quando alguém nos dá segurança e nos guia na via, presos a uma parede a metros do chão, cria-se uma relação de confiança que não se esquece. 

Tenho saudades dessa conexão, do calor da parede ao sol, da textura da rocha, de dobrar uma corda, do companheirismo, das histórias trocadas, de partilhar comida, de me rir, de ter medo, da adrenalina, de trepar, de fazer rapel, de apoiar e de me sentir apoiada, de me ultrapassar, de crescer, de me sentir feliz, daquela paz… 

Tenho tantas saudades de escalar.

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