Outubro de 2019. Parti para o Sudoeste Alentejano. Ainda não conhecia as rotas de BTT pela Rota Vicentina.
Encontrei poiso numa Herdade Rural encaixada num vale entre montanhas, com cheiro a maresia. Estava na Herdade da Matinha, um lugar que conta muitas histórias. Histórias de família, de comunidades locais, de visitantes, caminhantes e BTTistas.
Ainda cá estou, dividida entre uma vida em Lisboa e uma vida profissional no Cercal do Alentejo, com muito pó de estrada à mistura. São 800 km, acima e abaixo, para reencontrar duas vezes por semana o marido e os dois filhos que ficaram em casa. É uma Aventura, que por vezes sabe a Desventura, numa constante busca pelo equilíbrio.
Um dia será novamente altura de partir. Quando ainda não sei, mas quando esse dia chegar espero já ter percorrido a Rota Vicentina, uma e outra vez, a pé e de bicicleta.
Aqui vou deixar-te as minhas histórias, por esta rede com mais de 1000 km de BTT, uma Grande Travessia devidamente marcada e um Cycling Touring que liga os aeroportos de Lisboa a Faro com um traçado GPS de cerca de 500 km. São demasiados quilómetros e muitas câmaras de ar para furar.
É também uma diversidade de paisagens difícil de igualar, por mar e campo, saltitando por riachos e atravessando lagos e lagoas, partindo de cidades turísticas para encontrar aldeias que parecem perdidas no mapa. São trilhos com uma herança e gentes com uma história para contar. São inúmeras as possibilidades para conhecer o Sudoeste de uma forma cada vez mais autêntica, e agora mais do que nunca, reunindo as condições perfeitas, se é que isso existe para um aventureiro.
No entanto, o trabalho de casa ficou mais fácil de fazer quando a Rota Vicentina inaugurou em 2020 infraestruturas turísticas e desportivas de apoio aos ciclistas, com equipamentos básicos para lavagem e manutenção das suas bicicletas, informação da rede de percursos e ainda balneários. São cinco Núcleos – Odemira, São Teotónio, São Luís, Santa Clara-a-Velha e Colos. Todos preparados para o ciclista menos prevenido. Os percursos estão disponíveis para download, vão de níveis de dificuldade Fácil a Muito Difícil e estão todos devidamente sinalizados para te manteres ontrack. Existem, ainda, ao longo de toda a rede, alojamentos bike friendly, integrando infraestruturas adequadas ao praticante desta modalidade.
O que mais é preciso para te convencer a te juntares a mim nesta aventura?